Nosso gato Tomas foi o primeiro
a testar - e aprovar - a armadilha fotográfica!
Fotos e Animação: © 2010 Daniel De Granville
.: PARTE 1 | INTRODUÇÃO :.
Quem já foi em alguma das
Oficinas TecnoReciclagem sabe: dos cerca de 13 itens apresentados durante a programação, um que sempre faz mais sucesso é o “
Disparador Remoto para Câmera Fotográfica usando Rádios HT” (carinhosamente chamado de “Dispareitor Tabajara” por alguns). Hoje vou falar sobre ele (um dia ainda sai o tutorial completo...) e também a respeito da mais nova invenção criada exatamente HOJE!
.: PARTE 2 | O DISPARADOR SEM FIO :.
Idealizado por mim em 2008, o disparador permite acionar a câmera fotográfica à distância, sem fio, possibilitando fazer fotos diferentes que dificilmente conseguiria sem o dispositivo, como o ninho de alguma ave, por exemplo.
O conceito é simples: o
cabo de disparo, acessório usado em algumas câmeras para fotos feitas em um tripé com super-teleobjetivas ou com longo tempo de exposição, basicamente funciona pelo fechamento de um circuito elétrico. Ao acionar o botão disparador deste equipamento, fecha-se o contato entre dois fios e isto dispara a câmera. Exatamente o mesmo que ocorre quando você aperta o botão da sua câmera para tirar qualquer foto.
Um exemplo do tipo de foto que só é possível fazer
com um equipamento destes.
Foto: © 2004, Daniel De Granville
Daí eu pensei nos meus rádios HT que estavam encostados no armário havia meses:
“quando um rádio recebe o sinal do outro e emite um som, tem que haver uma corrente elétrica neste processo, e se eu conseguir fazer com que esta corrente feche um circuito, isto deve disparar a câmera”. Dito e feito.
Como meu modelo de rádio possui saída para fones de ouvido, foi só questão de conversar com um técnico em eletrônica, que criou um acessório simples, barato e já muito conhecido, chamado “relê” (nos carros, por exemplo, eles são usados para acionar as luzes de direção do pisca-pisca). No meu caso, o relê fica conectado entre a saída de fone de ouvido de uma das unidades dos HTs e a entrada para o cabo disparador da câmera fotográfica. Quando eu aciono à distância o outro HT (como se fosse conversar com a unidade que está ligada na câmera), consigo tirar uma foto!
Rádios HT semelhantes ao utilizado para o projeto do disparador.
Foto: © Divulgação | Motorola
.: PARTE 3 | ARMADILHA FOTOGRÁFICA :.
Agora, mais de dois anos depois do invento do “dispareitor”, chega a novidade fresquinha, saindo do forno: “
Armadilha Fotográfica com Sensor de Alarme Residencial”. Tudo aconteceu durante o almoço de hoje. Eu e Tietta conversávamos sobre a quantidade de bichos que devem visitar nosso jardim durante a noite. Ela disse "
a gente devia instalar uma armadilha fotográfica no quintal para verificar".
Para quem não sabe, armadilhas fotográficas são um dispositivo muito usado por pesquisadores em estudos científicos de fauna. O equipamento, instalado em locais onde os animais costumam passar com frequência (como trilhas, locais para beber água ou mesmo atraídos por alimentos), fotografa automaticamente quando detecta algum movimento. Assim, pode-se determinar quais espécies estão presentes no local, identificar indivíduos e outras informações - clique e veja um exemplo.
Armadilha fotográfica da TecnoReciclagem,
mostrando a câmera, o sensor infra-vermelho
de alarme residencial e o dispositivo com relê
que aciona a traquitana toda!
Foto: © Daniel De Granville
Então comecei a minhocar: aqui em casa temos um desses alarmes residenciais velhos, do tipo que tem um sensor infra-vermelho sem fio, onde acende uma lâmpada tipo LED quando há movimento. "
Pois então, se acende LED, é porque passa carga elétrica", pensei, mais ou menos igual ao que acontece quando aperta o botão de conversação do rádio HT. Fiz o teste com um multímetro e confirmei a hipótese.
Modelo de sensor infra-vermelho sem fio usado
na confecção da armadilha fotográfica caseira.
Foto: © Divulgação | Vetti Technology
Aí ficou fácil. Bastou eu soldar um fio em cada terminal do LED do sensor, conectar ao plug do “dispareitor” original, e agora temos uma armadilha fotográfica “custo zero” (já que o alarme estava desativado há tempos e quase virando sucata eletrônica). Ainda está em fase de testes com nossos gatos - como você pode ver na sequência de fotos que abre esta história -, mas os primeiros resultados são promissores.
[CLIQUE NAS FOTOS PARA AMPLIAR]
(esq.) Imagem do sensor infra-vermelho por dentro, mostrando
onde ficam o LED e o sensor de movimento; (dir.) O verso deste
mesmo circuito, mostrando onde foram soldados
os fios que conectam com o dispositivo de acionamento da câmera.
Fotos: © 2010, Daniel De Granville
.: PARTE 4 | CONCLUSÃO :.
E, para manter o
conceito da TecnoReciclagem, onde preferencialmente os novos inventos mantém a sua funcionalidade original, o sensor continua podendo ser usado como parte do alarme mesmo – igualzinho os rádios HT, que continuam sendo rádios sempre que eu quiser :-)
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